sábado, 28 de maio de 2011

Escolanovismo e Behaviorismo

Nas décadas de 40 e 50, o chamado Behaviorismo, fundamentado por John Watsondeu base à Educação internacional (EUA e URSS). 
A União Sóviética tinha como teórico principal Pavlov, que defendia o condicionamento clássico (um processo que descreve como ocorre a modificação de certos comportamentos com base nos efeitos do estímulo-resposta sobre o sistema nervoso central dos seres vivos). Enquanto isso, nos EUA, Skinner defendia o condicionamento operante (que tinha como base o intuito de modelar uma ação, uma resposta, partindo de reforços e repetições, causando uma consequência que afeta a possibilidade de ela ocorrer novamente, tendo que, para tanto, ser reforçada positiva ou negativamente).
Esta teoria, nos Estados Unidos, serviu para treinar soldados na Segunda Guerra Mundial, encontrando, em seguida, espaço no ensino escolar nacional. No Brasil, influenciou as leis 5.540/68 e a 5.692/71, onde:

Lei 5.540/68 (da Reforma Universitária): 
  • estabeleceu o fim da cátedra e o parcelamento do trabalho na universidade; instituiu os cursos “parcelados” através dos créditos; 
  • adotou o vestibular unificado e classificatório para resolver o problema da falta de vagas (ao invés de expandir a universidade pública e “gratuita”) 
  • e criou uma estrutura burocrática para dar suporte ao parcelamento e fragmentação do trabalho na universidade. 

Lei 5.692/71: 
  • objetivou direcionar o ensino para a qualificação profissional, “com a introdução do ensino profissionalizante através dos ginásios orientados para o trabalho (GOT) 
  • e a implantação da profissionalização compulsória no ensino de 2º grau”  em compasso direto com a preparação para um mercado de trabalho altamente rotativo, dentro do modelo de industrialização e crescimento econômico associado e dependente do capital estrangeiro.
Enquanto isso, no Brasil, o movimento escolanovista teve papel importante, visto que estava presente no cenário nacional, onde se destacava a luta a favor de escolas públicas de qualidade. Foi escrito, em 1932, o Manifesto dos Pioneiros: um documento escrito por Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Roquette Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles, entre outros, que tinha o objetivo de ter uma educação voltada para todos, sem discriminação de classe social.
"Em nosso regime político, o Estado não poderá, decerto, impedir que, graças à organização de escolas privadas de tipos diferentes, as classes mais privilegiadas assegurem a seus filhos uma educação de classe determinada; mas está no dever indeclinável de não admitir, dentro do sistema escolar do Estado, quaisquer classes ou escolas, a que só tenha acesso uma minoria, por um privilégio exclusivamente econômico. Afastada a idéia de monopólio da educação pelo Estado, num país em que o Estado, pela sua situação financeira, não está ainda em condições de assumir a sua responsabilidade exclusiva, e em que, portanto, se torna necessário estimular, sob sua vigilância, as instituições privadas idôneas, a ‘escola única’ se entenderá entre nós, não como uma conscrição precoce arrolando, da escola infantil à universidade, todos os brasileiros e submetendo-os durante o maior tempo possível a uma formação idêntica, para ramificações posteriores em vista de destinos diversos, mas antes como a escola oficial, única, em que todas as crianças, de 7 a 15 anos, todas ao menos que, nessa idade, sejam confiadas pelos pais à escola pública, tenham uma educação comum, igual para todos."
As ideias da Escola Nova perduraram até a década de 60 no Brasil. O Behaviorismo (ou Comportamentalismo) deu origem ao tecnicismo, vigente a a partir da Ditadura Militar (1964), onde havia o ideal  de formar cidadãos obedientes e produtivos.

Saiba mais sobre a participação do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial: Nova Escola: "Como foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial?"


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